quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Feliz Aniversário

A melhor festa e o melhor presente.
*Only Joy*
Parabéns, Blogue!
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Vitrola: "saiba, o caminho é o fim mais que chegar"

domingo, 25 de janeiro de 2009

Fones

O debate acerca da crise por que passa o mercado fonográfico divide opiniões. A vilã dessa história é a pirataria. O fato é que, já há alguns anos, o acesso à música se tornou muito mais fácil. Hoje em dia, podemos ouvir a música que quisermos a qualquer hora, graças à internet. Se, por um lado, CDs e DVDs são relegados a segundo plano nas prateleiras das lojas, por outro, nos desvencilhamos do mercado que aprisiona a música atrás de preços exorbitantes e, ainda, escolhe aquilo que o consumidor deve ouvir.

Já faz algum tempo que a música, entre outras formas de expressão artística, passou a fazer parte do grande mercado publicitário. Acenderam-se os holofotes, a fama conceituou o artista, e suas apresentações viraram grandes shows. Como todo mercado, o grande interesse que move quem nele trabalha, em grande parte das vezes, é o lucro. Isto acabou causando um efeito negativo: o grande interesse das gravadoras por formas de expressão que atinjam o maior número de pessoas privilegia o popular, o de fácil assimilação, o pop, e não necessariamente a qualidade do som, o conteúdo das letras, a estrutura das canções. Além de ficar refém desse tipo de apelo, o apreciador da arte vira forçosamente um consumidor. O acesso à música se dá mediante alto custos financeiros. Assim, quem não possui condições de arcar com o valor do CD, tem que se contentar com o rádio ou a televisão – outros veículos de comunicação ligados à publicidade. Nem todo o tipo de música tem a chance de ser contemplado em suas programações, ficando longe dos ouvidos da população.

Nesse ponto, é fenomenal o papel que a internet e toda a tecnologia que acompanha o mundo dos computadores têm desempenhado na difusão da música por toda a população. De uma forma comunitária, pessoas desconhecidas interagem de forma a disponibilizar áudio a quem tiver interesse. Desta forma, há acesso livre à música de qualquer parte do mundo, podemos ouvi-la a hora que quisermos inúmeras vezes. De outra feita, artistas iniciantes podem divulgar seus trabalhos sem depender do interesse do mercado e de suas exigências. A estética fica por conta do músico, que, assim, conquista um público fiel, cativado pelas particularidades da sua forma de expressão.

Da forma como o acesso à música está facilitado hoje, há maior liberdade tanto para o artista como para o público. É incrível apreciar as apresentações: todas as músicas são entoadas pelos espectadores. Estes são os verdadeiros apreciadores, conhecedores de um trabalho de criações completo, e não apenas de uma música tocada no rádio. É assim que se consegue captar a idéia, as informações que o artista procura passar. Desta forma, a liberdade de acesso acaba aproximando fãs e músicos.

Se essa tecnologia pode comprometer o mercado fonográfico, é difícil. Além disso, não me parece ser o cerne do trabalho de um artista lucrar, enriquecer. A arte nasceu para transmitir informações, incitar a reflexão, a análise da realidade, mexer com os sentidos, questionar os fatos e o entendimento da vida e das relações pessoais. É óbvio que a profissão exige recursos, mas me parece que o mercado fonográfico está longe de empobrecer. Ainda, com essa nova forma de acesso à música, novos consumidores vão surgindo: entrando em contato com obras que antes nunca teriam acesso, por estarem longe dos veículos de comunicação ou de suas capacidades financeiras, formam-se novos fãs, que logo visitarão as prateleiras das lojas.

A verdadeira universalização da música se dá com o estreitamento da relação entre o artista e o público. A liberdade de difusão das idéias e a liberdade de captação destas. O público deve ser livre para escolher suas preferências musicais e formar sua opinião cultural, bem como para compartilhá-las. O novo tempo indica maior interatividade e menor exclusão. Palmas para a tecnologia.




Vitrola: Music when the light goes out

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Do Presente

Sente ela que seus passos não são mais trôpegos. Batimentos sentem-se já não tão sôfregos. Quisera ela que não tornasse ao prelúdio desgostoso tamanho sentimento. Mas não havia outra via para esvair o latente descontentamento. Seu andar pomposo pintava o caminho de(s)colorido. Era até saltitante e coberto por seu sorriso. Perdeu a contradança, no entanto; foi deixada no canto. Arritmia; fora do compasso seu encanto. O ritmo fez desembocar no trajeto da agonia. Melhor era escapar da torrente confusão. O indeciso descaso fez com que apresentassem uma nova coreografia. Permanecem acanhados, embora não mais pretensiosos. Não se sabe, todavia, que ela segue ensaiando aqueles passos.



Vitrola: Unattainable; Don't what me dancing

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Do Passado

(parce qu'elle aime le passé; d'ailleurs, elle a aimé dans le passé.)

Bilhetinho
Só de te ver,
é um turbilhão de sensações que se espalha. Sorver cada nuance dos teus passos, dos teus gestos, do teu sorriso. Crias desejos como se circunscrito por uma aura encantada. És tão bonito; teus olhos, teus lábios, a nuca. Tragas meus sentidos e meus pensamentos embaralhas. Que vontade de te sentir pertinho de mim agora. Te quero muito.

Entremeio
Em um segundo, um ato, qualquer gracejo, é fagulha para desvendar o desejo contido. É quando o gelo toma conta e os movimentos são reprimidos. Força tenaz inexplicável. À espera de um cortejo ou de um olhar definido, a dúvida permeia e confunde os sentidos. O que nos falta, o que me sobra, o que não dá bola; o que fazer quando te desejo e só me sinto?

Enumeração caótica
Lamento as oportunidades perdidas, os sonhos criados, as volúpias descabidas, o pesadelo da desilusão, o encanto repentino, a dor da rejeição, o pensamento fixo, a infalível certeza, as tentativas frustradas; os sentimentos, os ressentimentos; o apego, o desapego; a incerteza que ainda permeia os pensamentos; a calmaria que retorna ao coração, que para de perturbar, mas se sente só, desprotegido. É tão tarde e havia nada colorido. Tudo não
passou de tempo perdido.

Vitrola: Três