No aperto das paredes
Por trás das grades das janelas
Entre incansáveis inquisidores
Que não deixam uma fresta aberta
Às vontades e desejos
Deslumbramento das volúpias
No rufar dos tambores
E nos encantados cortejos
Entre sorrisos e respostas dúbias
Por trás de mascarados amores
As bandinhas passam pelos olhos
Através da pequena janelinha
Da sala, dos quartos, da cozinha
Agitando colombinas e pierrôs
Que saracoteiam em sintonia
De uma alegria sincera e livre
E a alma aprisionada em melancolia
Cerceada por arrebites
Desprovida de autonomia
Apega-se a uma colombina
Vivendo com ela sua paixão
Ou desilusão
Chora pelos encontros e desencontros alheios
E também por sua solidão
De emoção os olhos ficam cheios
E os lábios cansados de pedir permissão
Os guardiões não percebem
Que de tanto quererem satisfação
Ela se esvai da alma pequenina
Que aos poucos perde sua identificação
Por não saber viver sem alegrar o coração
Vitrola: Todo carnaval tem seu fim
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
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