
Ainda, tenho um palpite: algum locus gênico do Y deve conter informações que apontem para o desenvolvimento de uma natural aptidão para a cultura inútil e a criancice. Não que isso seja ruim, mas é um talento inato do sexo masculino as piadinhas cotidianas, a invenção de apelidos, a galhofa das meninas, as pegadinhas infames. É algo tão espontâneo e instantâneo que eu confesso ter inveja às vezes. Em qualquer grupinho de meninos, de qualquer faixa etária, sempre há muita gargalhada, normalmente de coisas banais; mas que são engraçadas, ah isso são.

O que é difícil entender é como esses seres que parecem tão bobos se julgam – e de certa forma são – os dominadores da humanidade. Será que as mulheres têm X em excesso? Proponho uma outra análise. Os homens acusam as mulheres de serem falsas, dissimuladas, malvadas e que, enquanto eles se divertem, elas ficam difamando os outros – principalmente as outras. No entanto, lanço a tese de que o sexo feminino apresenta, na verdade, a forma mais inteligente da vileza. Quer uma forma de expressão mais perspicaz que aquele olhar maligno e aquele sorrisinho maldoso – mas não malicioso (Y)? Impossível dizer que a brutalidade, a violência física estimulada pela testosterona é superior em genialidade que a afiada língua feminina. A maldade existe, sempre existirá; fato. Agora, se é para ser vil, que seja de forma inteligente.
A humanidade cada vez mais se distancia da passionalidade e caminha ao encontro da razão. As mulheres são freqüentemente acusadas de agirem pela emoção, irracionalmente, mas o que significa resolver conflitos em socos e pontapés? É uma brincadeira – séria –, mas cá tenho com meus botões que eles só dominaram o mundo porque, na pré-história e durante muito tempo, venceu aquele que possuía maior força física. No plano das idéias, homens e mulheres no mínimo empatam, eles com seu cromossomo Y e elas com milhões de neurônios a menos.
Vitrola: Pagu
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